terça-feira, 4 de outubro de 2011



Digo-te já, que te quero com a avidez e a voracidade do aqui e agora, numa luxúria sumptuosa sem romance ou lirismo poético adjacente.
Quero-te em tom de capricho a satisfazer-me o lado lunar, sem alegorias e roçando a vaidade irracional que o ‘amor’ não se intelectualiza, nem se conjectura.
Cravar-te as unhas na pele, prender-te pela nuca, adornar-te a cintura com as minhas pernas e a tua barba a arranhar-me em lugares côncavos, com um sorriso desenhado nos lábios a arrepiar-me atrás do lóbulo da orelha.
‘Dá-me-te’ com despudor, sem teorias platónicas, metáforas ou aforismos.
Chega de amores exíguos com receio do infame.
Deixa-me explicar-te, que me é indispensável de às vezes, os dois sermos um só!
Que a apneia com que nos comprazemos, quando os teus dedos se perdem entre os meus fios de cabelo embaraçado, é o suficiente para acabar com a fome e originar a paz no mundo.
Que a forma com que ostensivamente me despes em jeito de contemplação, enquanto soluço o teu nome em laivos de prazer, diminui o aquecimento global e que é quando amiúde me seguras de encontro a ti, em posturas de ângulos utópicos que leva ao ajuste do movimento translativo.
Por isso, vamos em descompostura sabermo-nos por inteiro, ousar atar o sol, roubar a ordem do tempo e almejar o infinito.

Porque o meu desejo não se acomoda com a metade.

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