terça-feira, 4 de outubro de 2011



TE ESPERO...

Sabias que as noites frias me aproximam ainda mais de ti?
É que na tua ausência instalou-se um campo magnético de brisas partidas ao meio, entre tu e eu, entre nós dois inteiros, a aquecerem por dentro tudo o que entre nós está mais além.
Não sei como consegues, diz-me como fazes para projectar na minha pele o holograma de murmúrios distantes do teu toque (e do teu beijo a arder na minha boca).
E eu não sou capaz, nunca fui, de soltar as amarras e ir à procura do nosso cabo da boa esperança, onde Fomos
– onde ainda Somos –
um quadro a óleo a transbordar para o mar, pintando-o de um azul estrondoso nas profundezas dos afectos saltimbancos.
Saberás tu que é definitivo o desmaio por onde atalhaste caminho no meu corpo?
Tu invadiste a minha boca com um archote e tudo o que digo, à luz da tua ausência, soa a espuma de fim de tarde a despedir-se da solidão.

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